terça-feira, 12 de janeiro de 2021

A saúde da alma e os males da sociedade


Não sei se é da percepção de todos, mas tenho notado que é cada vez mais comum que as pessoas não queiram que os outros saibam que elas não estão bem consigo mesmas. Assim, muitos procuram viver uma vida fútil e de aparências, principalmente nas redes sociais, tentando passar a ideia falsa que estão seguras de si e que está tudo bem, 'obrigado'; de forma que se você procurar ajudá-las, correrá o risco de ouvir um sonoro "não é da sua conta" — afinal, ninguém é obrigado a nada, lembra?

Em partes, isso acontece porque a mesma sociedade que promove o Setembro Amarelo, ajuda também a viralizar uma enxurrada de memes que versam sobre não se meter na vida dos outros, como "campanha pela vida: cada um cuida da sua", e muitos deles chegam até a relacionar a suposta intromissão à infelicidade ou carência sexual do intrometido, tipo “gente feliz não enche o saco”, ou ainda "quem transa não inferniza a vida alheia". Frases desse tipo contribuem para transferir para o sexo a busca pela felicidade dando a impressão de que é lá onde ela se encontra, mas ao procurarem no sexo casual, as pessoas podem entrar num ciclo de alegria momentânea e insatisfação permanente que, por fim, as farão buscar essa felicidade nelas mesmas, alimentando o ego e tornando-se cada vez mais narcisistas e egoístas. Não é à toa que tem tanto meme exaltando a solidão, o amor próprio e a plenitude de si mesmo. Nada é por acaso.

Veja, a saúde da alma está ligada à saúde física, "mens sana in corpore sano", mas para tal, precisamos nos fortalecer na oração e na prática do bem, falando dos nossos sentimentos e colocando pra fora os males que nos atormentam. Além disso, precisamos procurar tomar decisões acertadas — confiando em Deus, renunciando o ego e aprendendo a conviver com as consequências de nossas escolhas — para vivermos uma vida verdadeira, uma vida sem máscaras, não de aparências.

Portanto, precisamos entender que, sem os devidos cuidados, adoecemos a alma e acabamos por adoecer o nosso corpo, e por consequência, adoece também a sociedade. As mazelas sociais do nosso tempo são nada mais do que reflexos de almas adoecidas (porém perfeitamente maquiadas).


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