domingo, 8 de abril de 2018

Aplausos para as vaias


Hoje, pela primeira vez, falei numa plenária realizada pelo sindicato dos professores. Na pauta, a avaliação do movimento e atividades para a semana de greve. Estreante, tratei de encarar o nervosismo com um certo bom humor, mas a falta de traquejo ficou evidente, principalmente quando alguém falou "falta um minuto", daí acho que me apressei um pouco na hora de concluir.

Iniciei minha fala de três minutos mencionando que onde trabalho não há sequer um cartaz informando à sociedade que estamos em greve. Não há impacto. Disse que quando perguntado sobre o clima da greve, a resposta é 'morna', como se estivesse em banho-maria. Apontei o desânimo estampado nos informes dados pelos líderes regionais, o esvaziamento dos movimentos de rua e finalizei propondo o encerramento imediato da paralisação.

Por que? Por entender que a greve está com os dias contados. Passados os fatos, na quarta-feira, dia 11, haverá uma audiência conciliatória entre governo e sindicato, e é certo que o impasse chegará ao fim. Então, se é pra ficar mais uma semana cozinhando, que se encerre agora e assim teremos uma semana a menos para repor.

Como era de se esperar, minhas palavras não foram muito bem aceitas. Fui vaiado, mas encarei com espírito leve. Faz parte. No entanto, como eu fui o primeiro a falar, as palavras 'morna' e 'banho-maria' acabaram sendo repetidas várias vezes nas falas que se seguiram, dando a tônica do debate.

Dado o recado, enquanto eu voltava para o meu lugar, Jadson Arnauld, presidente da mesa, percebendo a presença de estudantes do grêmio estudantil do Abel Coelho, destacou minha coragem em ir à frente e expor um pensamento contrário ao da maioria ali presente. E então vieram os aplausos.


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