sábado, 11 de abril de 2020

Como deve ser a nossa oração?


“Disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos.” (Lc 11:1).

Após criticar o modelo de oração farisaica, Jesus nos ensina, em Mateus 6, que ao contrário dos hipócritas, que procuram orar publicamente para serem vistos, nós devemos orar em secreto: “E teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Jesus assim nos instrui porque oração é intimidade com Deus; é o momento em que falamos pessoalmente com o Senhor e apresentamos a Ele as nossas causas mais íntimas e urgentes. Cristo também nos ensina a não usarmos de vãs repetições, pois Deus sabe do que precisamos antes mesmo de pedirmos. "E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei." (Jo 14:13).

Mas se Deus sabe tudo que necessitamos, por que devemos orar pedindo? Deus conhece todas as nossas necessidades e sabe o que iremos falar antes mesmo das palavras virem à nossa boca, mas a instrução é que sejamos dependentes de Deus e o reconheçamos como um Pai provedor. Entretanto, às vezes oramos a Deus por coisas que não nos convêm, e Deus, ciente de tudo, recusa-se a nos conceder porque sabe que aquilo não é o melhor para nós; ou ainda não é o momento certo. Além disso, muitas vezes nos acomodamos e queremos que Deus chegue com uma solução, mas sem que tenhamos exposto a situação perante Ele. Deus, contudo, quer que derramemos os nossos corações e dependamos completamente Dele, e é isso que nós devemos fazer.

Na oração do Pai Nosso — aquela que o Senhor nos ensinou — Jesus a inicia exaltando o Pai e submetendo-se aos Seus desígnios: “Faça-se a tua vontade”. Em “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”, Cristo nos mostra que devemos orar por nossas necessidades imediatas, aquelas que nos são mais urgentes, ensinando-nos a confiar na providência de Deus e a não ficar ansiosos com o dia de amanhã: “Basta a cada dia o seu próprio mal”. E ao final da oração, Jesus explica o que ela significa: que se perdoarmos as ofensas cometidas contra nós, também seremos perdoados pelas nossas ofensas cometidas contra Deus, mas se não houver perdão de nossa parte, também nós não seremos perdoados por Ele.

A oração, todavia, não deve estar focada apenas em nós mesmos ou na conquista de coisas; precisamos orar pelas causas e também uns pelos outros. Assim, se o momento é de incertezas, Deus é a primeira pessoa a quem devemos consultar, e se estamos passando por aflições, Ele é quem primeiro devemos estar buscando, pois é preciso que o Senhor esteja envolvido diante dos nossos problemas para que a solução venha. 

Entendamos, pois, que precisamos chegar aos átrios do Senhor e curvar os nossos corações muito mais do que os nossos joelhos, e que mesmo diante das dificuldades, Deus tem cuidado de nós, sabe o que temos enfrentado e tem ciência de tudo que precisamos; basta que tenhamos fé e esperemos no Senhor, pois no tempo oportuno Ele se fará presente e cumprirá em nós a Sua vontade. 

Baseado no sermão do Pr. Leandro Carvalho, transmitido domingo, 5 de abril de 2020, pela página da Igreja Batista Fundamentalista. Texto base: Mateus 6.

3 comentários:

  1. Deus fala conosco de várias maneiras, e principalmente por meio da Sua Palavra. A oração, para nós, é o canal por meio do qual chegamos até Ele: o Espírito Santo decodifica o que está em nossos corações e leva ao conhecimento do Pai. Contudo, se orarmos sem fé, jamais conseguiremos algo do Senhor.

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  2. E se hoje Deus nos ouve, é graças à obra redentora de Jesus, pois antes, esse acesso não existia; não que os ouvidos do Senhor estivessem tapados para ouvir as nossas orações, mas nossas transgressões e pecados impediam que elas chegassem até Ele. Contudo, através de Jesus, fomos introduzidos ao Seu átrio e hoje temos acesso ao Pai. Ele nos trouxe o Espírito Santo para que não mais precisássemos de um sacerdote para fazer essa intermediação; nosso Sumo Sacerdote nos transformou sacerdócio para que pudéssemos ter esse livre acesso diante de Deus.

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  3. É comum ficamos frustrados com o silêncio de Deus diante de algo que pedimos; tal como os nossos filhos se chateiam quando lhes negamos determinados pedidos, mas imagine se fôssemos pais insensatos e déssemos tudo o que eles pedissem? Então se nós, como pais, não fazemos isso por entender que nem sempre aquilo que eles estão pedindo é o melhor pra eles — ou não é o momento certo — muito mais sabe Deus sobre o que é melhor pra nós.

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