terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

O hipócrita dedo-duro de aglomeração

23h59: Pode aglomerar, nós não vamos publicar
00h00: Alô polícia, olha os crentes aglomerando

O jornalista que disse que as pessoas tinham o direito de participar de festas, por considerar uma escolha pessoal, foi o primeiro a alardear que havia pessoas participando de uma. Será pelo fato de ser uma festa religiosa? Não sei, mas o mais incrível é a cara de pau do cidadão ao perguntar qual seria a diferença entre a rua principal de Pipa e o Templo Sede da Assembleia de Deus de Mossoró. Ora, se ele não sabe, eu posso mostrar algumas:
  • em apenas um desses locais podiam ser encontradas pessoas se beijando, se abraçando, se pegando (para ficar só nesses exemplos);
  • em apenas uma das festas havia pessoas consumindo drogas, lícitas ou não, e perdendo a razão ou os sentidos;
  • o acesso a apenas um desses ambientes estava condicionado ao uso de máscara, verificação de temperatura e higienização das mãos.
Como podemos ver, a grande diferença está no cumprimento dos protocolos de biossegurança adotados nesta pandemia: a igreja tem feito a parte dela, mas quantos totens com dispenser de álcool em gel existem espalhados pela ruas de Pipa?

Ou seja, colocar um carnaval de rua e um ajuntamento solene como se fossem a mesma coisa, só pode ser burrice, mau-caratismo, ou o mais provável: desejo de aparecer. Assim, ao que tudo indica, trata-se apenas de um hipócrita que, dizendo-se perseguidor de lacradores, quis ele mesmo lacrar em cima dos mimizentos histéricos.


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