segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

WW1984: A Mulher da Corda Encantada


Ontem assisti ao filme da Mulher Maravilha (Wonder Woman 1984), que é até bonzinho, tem uma pegada retrô nos efeitos especiais e provoca algumas emoções, mas a verdade é que achei o filme longo demais e com um roteiro meio enfadonho. Aliás, talvez um título mais apropriado para ele fosse A Moça do Laço Mágico ou A Mulher da Corda Encantada, pois é o acessório da heroína que brilha na maioria das cenas, literalmente.

Quanto ao roteiro, é interessante para transmitir uma mensagem, mas nada original; explora a questão dos desejos e de como a sua realização acaba sempre levando algo valioso em troca; como o visionário que perde a saúde em troca de fortuna, a estudante que perde sua doçura em troca de popularidade, o político que perde a liberdade em troca de poder, etc., mas a solução adotada para fazer com que os desejos da humanidade se realizassem todos ao mesmo tempo, e consequentemente seus efeitos colaterais desastrosos, me pareceu forçado demais, mesmo para um filme em que uma mulher que usava uma corda para se balançar feito o Homem Aranha acaba descobrindo que poderia voar. Mas precisamos relevar, afinal, trata-se de um filme de super-herói com limitação etária de 12 anos. 

Agora vem a melhor parte: as mensagens subliminares. Lembrando que tudo aqui são divagações minhas de acordo com a percepção que eu tive do filme. Então vamos lá:

1. Esqueça essa coisa de encontrar ou permanecer com o amor da sua vida. Esse sentimento rouba as suas forças e lhe impede de voar; livre-se dele e vá salvar o planeta. 

2. O mundo é um lugar incrível, nós é que estragamos tudo com as nossas vontades. Os desejos individuais podem provocar enormes desigualdades e gerar consequências terríveis; substitua-os pelo desejo coletivo de salvar o planeta. 

3. Você pode (e deve) abrir mão dos seus desejos. Se todos tivessem o mesmo direito de realizar os seus desejos, não haveria planeta suficiente que pudesse realizá-los; abandone os seus sonhos pelo bem do nosso planeta. 

4. Não sabemos o que queremos. Achamos que sim, mas muitas vezes somos levados a desejar algo que não era exatamente o que queríamos. A consequência disso é que passamos a desejar algo maior para compensar a frustração trazida pela realização do desejo anterior; acabe com esse ciclo e ajude a salvar o nosso mundo.

5. Filhos, é melhor não tê-los. Evite ter filhos, eles podem estragar os seus planos quando você estiver prestes a dominar o mundo. A menos que você seja um psicopata, não dá para tocar o terror no mundo sabendo que o seu filho vai estar lá, no meio do caos; evite-os.

Recomendo o filme? No cinema, definitivamente, não. A julgar pela temática, não dou um mês para ele estar disponível nos serviços de streaming, mas para curtir uma pipoca, até que não é mau. 


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