domingo, 22 de março de 2020

Me aventurando no supermercado

Hoje eu precisei sair para fazer compras no supermercado. Devia ter feito isso na terça-feira (17), e até chamei uma pessoa para irmos de carro, mas ela achou que poderia ser exagero de minha parte e acabamos indo de moto mesmo e comprando pouca coisa. Hoje, diante da perspectiva de permanência em casa por um período maior que os 15 dias iniciais anunciados pelo governo, tive que tomar essa atitude e inclusive providenciar itens que faltavam adquirir. Cerquei-me de cuidados e fui, e espero não precisar ir novamente. A sensação é horrível, tudo parecia contaminado; passei álcool em gel várias vezes nas mãos, mantive-me relativamente afastado das pessoas (graças às dimensões do supermercado, era possível caminhar com certa folga pelos corredores, apesar de já haver um movimento intenso, pois perdi a hora e cheguei já quase 9h). Nas filas, os carrinhos serviam de parâmetro de distância, a maioria estava só, mas ainda havia pequenos grupos familiares, inclusive criancas; muita gente usando máscaras, outros usando luvas de plástico, mas muitas senhorinhas de aparência simples e sem nenhuma preocupação faziam compras como se fosse uma manhã de domingo qualquer. Enfim, a pior parte foi na chegada em casa; deixar os sapatos do lado de fora, as roupas na entrada, lavar bem as mãos, passar álcool gel nos itens pessoais e higienizar os produtos, passar pano no chão, tomar banho, lavar os cabelos e ter a impressão de que nada disso adiantou. É tenso. Depois percebi que respirei sem máscara dentro do elevador. E se alguém contaminado tiver espirrado lá dentro antes de mim? O fato é que não temos mais certeza de nada nem duvidamos mais de nada. Pensando bem, a vida sempre foi essa incerteza. "Mas o justo viverá pela fé". #oremos



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