terça-feira, 7 de janeiro de 2020

O Desafio da Perseverança - Parte I: Oração e Fazer o Bem


“Começar é fácil; permanecer é o desafio.”

Mais um ano se inicia, e com ele, o desafio da continuidade e de nos mantermos firmes e constantes no Senhor; para tanto, perseverar é a chave. A perseverança é uma recomendação bíblica para todo crente, sendo um dos segredos para uma vida cristã vitoriosa, pois “é na vossa perseverança que confirmais a salvação da vossa alma” (Lc 21:19). No entanto, sabemos que não são poucos os que abandonam aquilo que propõem a fazer. Sonhos, projetos, resoluções de ano novo; tem gente que faz até promessa, mas muitos começam, não persistem e acabam desistindo. Perseverar é exatamente não desistir, é encontrar forças para, de alguma forma ou maneira, permanecer e continuar seguindo em frente, independente das circunstâncias. É demonstração de firmeza e constância, e está ligada à paciência e à esperança. 

A perseverança é importante porque nos ajuda a mantermos nossos olhos no que é importante, no nosso alvo: Jesus. Contudo, para que a perseverança aconteça de forma real em nossas vidas, precisamos enfrentar tribulações. Romanos nos diz que as tribulações produzem perseverança, ou seja, sem elas, talvez você não aprenda a perseverar. Então, se foi no mar alto que a tribulação surgiu, é lá onde você deve estar para aprender a perseverar. Afinal, "quem mandou largar a rede?". A dificuldade de muitos em crescer espiritualmente está justamente na deficiência desse aprendizado. Assim, uma crítica, uma cara feia, ou a ausência de elogios, já são suficientes para deixá-los desestimulados e pensarem em desistir. A Bíblia, contudo, não só nos diz para perseverarmos, como também nos diz em que devemos perseverar.

Na oração
"Eles perseveravam no ensino dos apóstolos… e nas orações”. A igreja primitiva era um exemplo de igreja que orava. Jesus exortava os discípulos para orarem, mas Ele mesmo deu exemplo de uma vida de oração. É através da oração que entregamos ao Pai os nossos problemas e necessidades, que apresentamos a Ele nossas angústias, e isso é relacionamento com Deus. Por meio da oração, conseguimos compreender melhor a Palavra, recebemos dons espirituais, nos tornamos capacitados para enfrentar as lutas, vencer as tribulações, etc. Mas se nos tornamos negligentes, e não sentimos falta da oração, isso é um problema; quando passamos muito tempo sem orar, as coisas espirituais vão perdendo o sentido e nossa vida cristã vai definhando. Quando nos afastamos de Deus, o Espírito Santo bate em nosso coração nos fazendo lembrar, mas quando perdemos isso, tornamo-nos superficiais, distantes, às vezes, bem para com nós mesmos, mas não para com o Senhor. 

Em fazer o bem
Fazer o bem é uma obrigação de todo crente, mas parece que muitos estão se cansando disso. Alguns começam, mas param no primeiro aborrecimento; na primeira contrariedade, viram as costas e desistem, porém “quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, está pecando”. É por isso que precisamos perseverar nesse aspecto, mesmo que as pessoas não agradeçam, mesmo que não haja reconhecimento, ainda assim precisamos insistir em fazer o bem. Dez leprosos foram curados, mas só um voltou para agradecer. As pessoas são assim, linguarudas, mal agradecidas, e quanto mais você faz, mais elas julgam. Talvez por isso você esteja chateado e se recuse a fazer algo por alguém, mas se quem primeiro deve fazer é o crente, e este não faz, temos então concretizado o exemplo que Jesus nos mostrou na parábola do bom samaritano. Certamente que nem todos estarão dispostos a fazer como Paulo: "procuro agradar a todos porque não procuro meu próprio bem, mas o bem de muitos, para que sejam salvos". Mas se formos condicionar nossas atitudes à aprovação dos homens, talvez não recebamos tapinhas nas costas e elogios, e aí, como ficará a nossa motivação para fazer o bem? É bom sermos reconhecidos? Sim, mas não devemos basear nossas ações nisso. 

Afinal, qual a nossa percepção em relação à perseverança? Temos perseverado na oração e no fazer o bem? Estamos realmente fazendo o bem ou estamos intimamente desejando mal ao outro? É importante pensarmos nisso e nos mantermos atentos.

Extraído do sermão do pastor Antônio Tadeu, domingo, 05 de janeiro de 2020. Algumas referências bíblicas: Perseverança: Lc 21:19, Hb 12:1, Rm 5:3-5, 2Tm 2:3-4. Oração: At 2:42, 1Ts 5:17, Lc 18:1, Rm 12:12, Ef 6:18, Cl 4:2. Fazer o bem: Gl 6:9-10, Tg 4:17, 1Co 10:33, Rm 2:6-7

4 comentários:

  1. A tribulação produz perseverança, mas quem é que está disposto a enfrentar tempo ruim? Hoje, com a comodidade das coisas instantâneas, muitos acabam por desenvolver uma vida egoísta e superficial, desapegada de princípios e valores, onde tudo é descartável, substituível. Pessoas assim desistem facilmente, e por não saberem exatamente quem são ou o que querem, largam de mão com a facilidade e trocam de amigos e de relacionamentos como quem troca de camisa. É por isso que muitos não querem pagar o preço, afinal, “não sou obrigado a nada”, é só eu, eu, eu... E assim o individualismo, o narcisismo e o interesse próprio vão falando mais alto.

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  2. A vida cristã, tal como uma corrida, deve ser marcada pela perseverança. As dificuldades surgem, e quantos de nós não já ficamos pelo meio do caminho? Quantos não passam pelo sentimento, muitas vezes constante, de querer desistir? Mas aquele que foi alistado para essa batalha não se embaraça com negócios desta vida. "Tu pois, sofre comigo as aflições, como bom soldado de Cristo Jesus". Perseverar é, portanto, uma das chaves para os cristãos nessa corrida que nos é proposta.

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  3. “Vivemos uma época em que as pessoas estão cada vez mais insensíveis e ingratas, sem se importarem com aquilo de bom que fazemos”. Veja, Jesus curou dez leprosos, mas apenas um voltou para agradecer; é da natureza humana. Não devemos fazer o bem pensando em gratidão ou reconhecimento dos outros, porquanto Deus é fiel para cumprir em nós a sua palavra: "Pois Ele recompensará cada um de acordo com o que fez, dando vida eterna àqueles que perseveram em fazer o bem" Rm 2:6,7. Portanto, façamos o bem e não nos cansemos disso; Ele é quem nos retribuirá, não os homens.

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  4. Temos nos distraído facilmente com coisas que roubam o nosso tempo. Hoje em dia, é provável que tenhamos mais tempo nas redes sociais do que dedicado à oração. A consequência disso é que nos tornamos fracos espiritualmente, vulneráveis às investidas do inimigo e mais cheios de nós mesmos do que de Deus.

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