sexta-feira, 5 de março de 2021

A quebradeira do bem

Imagem Creative Commons

Vamos lá, qual a consequência inevitável das medidas de restrição ao comércio e aos serviços e atividades ditas não essenciais? Quebra da economia. E o que temos numa economia quebrada? Aumento dos preços, do desemprego, da depressão, da violência, da miséria, etc. A lista de desgraças é grande. Mas tudo isso, diante de uma pandemia, seria visto com certa naturalidade se, apesar das consequências, as medidas de fechamento fossem as únicas ou a mais efetivas alternativas para o salvamento de vidas.

Contudo, no momento em que aqueles que mais defendem essas medidas de sacrifício econômico passam a apontar para o governo acusando-o de provocar desemprego, inflação e miséria, fica evidente que a intenção do lema “economia a gente vê depois” não é exatamente colocar a vida das pessoas em primeiro lugar, mas apostar no quanto pior melhor para a derrocada do governo.


Aliás, para esse pessoal cujos fins justificam os meios, a vida das pessoas é o que menos importa. Caso contrário, se houvesse o mínimo de compreensão e espírito de coletividade por parte da oposição, dentre outras coisas, haveria um consenso acerca das consequências financeiras provocadas pelas medidas de combate à pandemia; não se falaria em recessão, pelo menos não nesse momento, e não se apontaria um culpado pelo desastre econômico inevitável, que como se vê, não é provocado somente pelo vírus ou por aquele que teoricamente está no comando da nação, mas também por um conjunto de gestores e burocratas empenhados em receber cada vez mais verbas públicas para torrar sem precisar dar satisfação.

E afinal, por que fingir desentendimento, quando o mote é tão simples? “A gente fecha o ambiente, você banca a despesa, e aquilo que quebrar, já sabe, a culpa é sua. Como? Você não aceita?" Risos. "Quem disse que te demos opção?" Mais risos. "Mas fica triste não; lembre-se: é para salvar vidas”.


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