terça-feira, 23 de março de 2021

Debate: MHO sobre o fechamento das academias


Academias podem ser consideradas desnecessárias para muita gente, mas para outros elas são absolutamente essenciais. A questão, portanto, não é simplesmente a pessoa estar preocupada com musculação, mas em manter-se fisicamente ativa.

Assim, para rebater o colega de grupo que postou o tweet em tela, mostrei uma pesquisa que apontou que a hospitalização de pacientes com covid-19 é significativamente menor entre aqueles que praticam exercícios físicos regularmente. O estudo observacional analisou o impacto da atividade física e do sedentarismo nos desfechos clínicos de pacientes que se curaram da Covid-19 e o resultado foi que no grupo das pessoas fisicamente ativas, o índice de internações foi 34% inferior ao do grupo dos sedentários.

Como o assunto gerou uma discussão sobre a essencialidade das academias, se deveriam ou não permanecerem abertas, outro participante do grupo postou a seguinte notícia para pontuar seu posicionamento:
"Triatleta com três edições de Ironman morre de Covid-19". https://urbsmagna.com/triatleta-com-tres-edicoes-de-ironman-morre-de-covid-19/ 
E logo em seguida acrescentou:
"Boa noite para o pessoal que acha que ir para a academia é ter garantia de saúde contra o Coronavírus".
Os textos a seguir foram em resposta a essa provocação.

É incrível como CERTAS PESSOAS não conseguem falar o que pensam sem distorcer o que os outros falam ou pensam. Aqui, ninguém disse que "ir para a academia é ter garantia de saúde contra o Coronavírus", mas tá lá o cidadão postando notícia e dando a entender que se um atleta de ponta morreu de Covid, quem é você para pensar que vai se livrar da doença se cagando com 30 kg no supino? Tem que fechar mesmo, dane-se esse estudo nagacionista, feito por quem mesmo? Universidades brasileiras? Kkkkkk...

Todo mundo sabe que há diferentes respostas ao vírus; uns não sentem nada, outros têm uma gripezinha, outros acabam internados, e destes, muitos vão a óbito. Também é sabido que fatores como obesidade, problemas cardíacos, problemas renais e diabetes, por exemplo, contribuem para o agravamento do quadro daqueles que contraem a doença. Por outro lado, a prática de exercícios físicos regulares promovem uma melhora no quadro de saúde e no sistema imunológico e contribui para evitar uma série de comorbidades que, como já foi dito, agravam a doença. Agora, pegar um caso de um atleta que morreu de Covid-19 para tentar ridicularizar aqueles que acreditam que as academias abertas fazem mais bem do que mal é totalmente descabido e beira a desonestidade intelectual, ainda mais acrescentando que quem pensa assim supostamente acredita que academia garante saúde contra o vírus. Não, não garante. É um risco? É. Tanto quanto ir ao supermercado ou pegar um ônibus. Viver é arriscado, ficar em casa, também.
"Desonestidade intelectual... Ninguém pode emitir uma opinião que é logo acusado de desonestidade intelectual. "
Pode e deve, mas não foi isso que você fez. Se sim, precisa deixar mais claro qual seja a opinião. Pegar exemplos de mortes para servir de argumento genérico é algo complicado e sim, beira a desonestidade. Por exemplo, todos nós sabemos que o marido de uma vereadora morreu recentemente vítima do Coronavírus; ele era professor e estava sem dar aulas (presenciais). Agora imagine que Fátima tivesse mantido a decisão de retornar as aulas presenciais no início de fevereiro; a morte do professor certamente poderia ser apontada como tendo sido causada pelo retorno das aulas, mas isso não aconteceu e, assim como ele, outros professores morreram e vários adoeceram mesmo estando fora de sala de aula. Então, usar de uma ou mais mortes para justificar um posicionamento é, de certa forma, oportunismo.
"Ah, mas se os frequentadores de academia têm menor chance de desenvolver a forma grave da doença, não significa que seus familiares, a quem eles eventualmente podem transmitir o vírus, terão a mesma sorte. Um sistema imunológico forte não evita de ser vetor."
Verdade. Todavia, diversos serviços ditos essenciais foram liberados para funcionar. Nesses estabelecimentos não trabalham pessoas? Essas pessoas não têm famílias? Por que o raciocínio daqueles que são contrários às academias não se estende às atividades que um burocrata decretou ser essencial? Se, por acaso, a governadora mudar de ideia e passar a considerar as academias, ginásios e box essenciais, esses que agora argumentam contra elas também mudaram suas opiniões?

Na última sexta-feira, ao chegar na academia, presenciei o final de uma reunião com a moça da recepção e o pessoal da limpeza, cerca de quatro ou cinco pessoas. Ouvi quando a moça falou algo do tipo "ainda não está certo, mas vamos torcer para não fechar" (referindo-se à questão da liminar ganha na justiça), ao que as ASG's comentaram "se Deus quiser!", "tomara que dê certo!", e em seguida voltaram para seus afazeres. Só para ter uma ideia do que é ter seu emprego ameaçado por não ser considerado essencial.


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