sábado, 27 de março de 2021

Polícia da Covid

Tempos de crises são também tempos de oportunidades, então não se admire se em breve as pessoas começarem a sugerir que aqueles que recebem o auxílio emergencial passem a prestar algum tipo de serviço comunitário para dar algum retorno à sociedade. Dentre os serviços propostos, anote aí: "um será criado com o objetivo de fortalecer as forças pela vida no combate ao vírus'', disseram as vozes na minha cabeça.

Assim, baseados nas experiências de municípios que teriam obtido êxito na redução de mortes por Covid-19 ao proibirem a circulação de pessoas e fecharem quase tudo, inclusive estabelecimentos essenciais (de forma temporária) como supermercados e postos de gasolina, governadores e prefeitos serão estimulados a colocar essas medidas em prática e alguns buscarão implementá-las de maneira ainda mais rígida e por mais tempo, mas para tanto, precisarão reforçar o efetivo de suas respectivas forças de segurança; como não poderão contratar novos policiais, deverão aproveitar a massa ociosa que perdeu o emprego após a quebradeira provocada pelo trancamento total imposto por eles mesmos. 

E é assim que deverá surgir a "Patrulha pela Vida", ou “Guarda Sanitária” — mas em pouco tempo as pessoas a chamarão de Polícia da Covid — uma espécie de uma força cidadã de repressão às aglomerações e de combate às condutas suspeitas de disseminação de vírus. O efetivo deverá atuar de forma ostensiva em espaços públicos e como reforço na contenção de pessoas que se recusarem a colaborar com os decretos.

Mas fique tranquilo; se você preferir continuar recebendo sem trabalhar, não terá motivos para preocupação; algo assim não costuma ser obrigatório. Você receberá seu benefício mesmo sem se alistar em nenhum serviço; só passará a receber menos.

Imagem: Twitter: Hoje no Mundo Militar - @hoje_no


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